Um poema em voz alta — Esse poema foi lido dia 31/08/2020 aos assinantes do meu canal no Telegram, que pode ser assinado aqui. Ajo com calma após o estrago:
observando o sangue escorrendo da minha mão
primeiro analiso a faca que abriu o buraco;
vendo que permanece intacta e limpa,
a devolvo à gaveta de sacolas plásticas e, líquida,
espera-se a plaqueta, restando glóbulos vermelhos
onde distingo hemácias e hemoglobina;
com a outra mão, toco a ferida grave:
cicatriza rápido? Agora não, só depois que arde.
E se arde demais basta apertar bastante,
que se não deixa de ser dor pelo menos vira arte.